domingo, 20 de janeiro de 2008

Filme: A Fonte da Vida


Fonte da Vida é daqueles filmes que desafiam nossa maneira "enquadrada" de vermos tudo. Não é de fácil digestão e é bom ser visto em seu dia mais relax, mais aberto, mais disposto. O filme não oferece respostas óbvias e não há explicações 100% certeiras. A História, em três tempos, fala da morte e do amor através de subjetividades. Não é fácil, mas é uma viagem pra lá de interessante se abandonarmos nossas seguras resistências, permitindo-nos um novo olhar. Para quem pensa em manifestação cármica, então passa a ser bem interessante. Nada é por acaso, nossa ação gera uma reação do universo e não temos controle de tudo. Daí que temos que aprender a sermos mais compasivos diante da vida, para assim conseguirmos dela uma bela parceria. O personagem de Hugh Jackman, hora está na Espanha de 1500, hora em nossos tempos, hora no futuro. Mudam os cenários e os contextos, mas a questão abordada é a mesma: o apego ao que amamos, o medo da indefinição do pós-morte, a angustia de sermos sozinhos e o aprendizado que absolutamente tudo é transitório, e que a passagem ou transição desta vida para morte precisa ser encarada não como um fim, mas como um recomeço. A transformação do ciclo cármico. A grande conclusão que talvez o protagonista chegue é de que se deve deixar-se levar pelo 'fluxo de existência'...

O tema é conceitualmente denso e ao mesmo tempo emocionalmente rico. Da mesma forma que 2001 – Uma odisséia no espaço (1968), do lendário cineasta Stanley Kubrick, provoca uma reflexão sobre a vida, a morte e a existência, A Fonte da Vida trilha um caminho parecido. Mas o combustível de Aronofsky é o amor. Ousado, coerente, e ao mesmo tempo inteligente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom o comentário, adorei esse filme, é uma pena que todos criticaram o filme; tb depois de x-men esperavam um filme de ação do wolverine e aparece um romance e sinceramente eu adorei o filme: pura arte; sensasacional. È uma pena que as pessoas não dão mais valor a arte e o amor verdadeiro, por isso o que ganha oscar agora é só porcaria tipo filmes de violência, épicos e mais violência...o filme foi criticado porque o amor morreu com o Titanic e agora acho que o tema ficou batido; é por isso que a humanidade caminha cada vez mais pra cova; somos filhos da ira e só se apegamos ao nosso inferno pessoal......Deus tenha piedade de nós..........